Beijar – com intuito amoroso – não é uma prática
adotada em todas as culturas. Assim, as explicações para esse hábito não devem
estar em nossos genes.
Mesmo assim, nos perguntamos por que tantos de nós
fazemos isso e por que é tão bom. Uma hipótese é que a nossa primeira
experiência de conforto, segurança e amor vem das sensações bucais associadas
com o aleitamento materno. Somado a isso, nossos ancestrais provavelmente
alimentavam seus bebês boca a boca, com alimentos pré-mastigados. Isso reforça
a conexão entre compartilhamento de saliva e prazer.
Outra idéia é que o beijo tem origem na coloração
dos lábios. Nossos ancestrais se sentiam mais atraídos pelas frutas vermelhas,
e “furtaram” esse elemento com propósitos sexuais, desenvolvendo uma
pronunciada coloração vermelha nas genitálias e nos lábios. “Em vez de
reinventar a roda, nossos ancestrais usaram a mesma paleta”, diz V.S.
Ramachandran, da Universidade da Califórnia. Como os lábios vermelhos se
destacam mais em pessoas caucasianas, ele sugere que o hábito de beijar teve
início em latitudes mais ao norte.
Quando o assunto é a fisiologia do beijo, pisamos em
terreno mais firme. Nossos lábios estão entre as partes mais sensíveis do
corpo. São cheios de neurônios ligados aos centros de prazer no cérebro. Há até
pesquisadores que cogitam uma ligação entre os beijos e a maneira como investigamos a
compatibilidade biológica com um potencial parceiro.
Estudos mostram que nos sentimos mais atraídos pelo
cheiro do suor de pessoas com o sistema imunológico o mais distante possível do
nosso, pois é com elas que iremos produzir bebês saudáveis. E o beijo nos dá
uma oportunidade de cheirar isso mais de perto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário