“Você tem um elasticozinho?” Essa frase, dita pelo
alto-falante de um shopping em Baltimore, nos EUA, foi o suficiente para fazer
sorrir um freqüentador. Esse é um dos mais de 2 mil sorrisos espontâneos
gravados pelo psicólogo Robert R. Provine, da Universidade de Maryland, nos
EUA, durante um estudo feito ao longo de dez anos. Os resultados estão no livro
Laughter: a Scientific Investigation (Risada: uma investigação científica,
ainda sem tradução no Brasil).
Provine acredita que a risada começou com os nossos
ancestrais pré-humanos, como uma resposta fisiológica às cócegas. Os macacos
modernos mantêm essa risada quando,
durante as brincadeiras, um acaba atingindo um ponto suscetível a cócegas do
outro. Na medida em que o nosso cérebro foi crescendo, o sorriso adquiriu uma
poderosa função social: juntar as pessoas. Robin Dunbar, da Universidade de
Oxford, na Inglaterra, constatou que sorrir aumenta o índice de endorfinas, o
nosso opiáceo natural, o que, segundo ele, reforça as relações sociais.
E onde o humor se encaixa? Ele pode estar representando mais
do que um único papel, segundo Thomas Flamson, da Universidade da Califórnia.
Ele suspeita que comentários que induzem ao riso – como a pergunta sobre o
elasticozinho – não pareçam piada para pesquisadores sérios, mas eles podem ser
divertidos para determinadas pessoas.
E esse tipo de “piada interna” aumenta a capacidade de o
sorriso estimular a camaradagem. Os levantamentos de Provine mostraram que, na
média, os homens são mais engraçados que as mulheres. Na sua análise de
anúncios pessoais, viu as moças exigindo humor dos interessados, que se diziam
perfeitos “humoristas”. Isso sugere que a habilidade de fazer outras pessoas
rirem evoluiu, pelo menos em parte, por meio da seleção sexual.
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