Vampi, a vampira chique e cheia de imaginação, morava numa casinha em cima de uma árvore. Um dia, ela ganhou de presente um carro conversível rosa-choque. Vampi montou, acelerou com força e buzinou forte - fon-fon!
O carro furou o ar e sumiu pelo mundo afora. Vampi viu um trem grande e comprido, viu ônibus pequenos e curtos. Viu prédios cinzentos, viu casas coloridas. Viu ruas com gente apressada e becos onde só tinha fantasma, uh...
Viu gente, bicho, planta.
Redondo, quadrado, oval e retangular.
Viu o céu, viu o mar, viu a montanha.
Azul e violeta, laranja e vermelho, verde em mil tons.
Viu nuvens brancas, apertou um botão e voou.
Os pássaros passavam pertinho e tudo era pequenininho, lá em baixo...
Vampi só ria, fazendo bi-bi, fon-fon e pedalando, pedindo passagem para as esttrelas, que eram maiores do que ela, vejam só!
De olho na volta procurou um lugar para aterrissar, mas ao ajeitar o cabelo, errou o alvo e caiu no mar.
Opa! Apertou outro botão, o carrinho-avião virou navio, flutuou, começou a afundar e já era um submarino, quase um peixe, nadando no meio das águas e dos corais...
Um peixe olhou para ela, dois peixes, três, quatro, cinco, mil, um cardume inteiro, quantos peixes são?
Nem deu tempo pra contar. Devagarinho, o submarino subiu, virou navio, flutuou, virou avião, passou e virou carrinho outra vez, parando ao pé da sua árvore.
Na mesma hora, nasceram seis patas no lugar das rodas, e ele virou uma aranha, que subiu pelo tronco até alcançar os altos galhos cheios de folhas...
Atravessando-os como se fosse um fantasma, levou Vampi de volta para casa.
"Puxa, meu carro é mágico!" - disse ela, encantada, saindo por cima, sem abrir a porta. Mas logo mudou de ideia: sentando-se outra vez no seu carrinho rosa-choque, Vampi riu, sonhando com a próxima aventura.
Regina Drummond
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