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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Elementos da Tragédia

Os elementos básicos da tragédia são:

1) Coro: composto por 12 ou 15 elementos, os coreutas. Após entrarem na orquestra, a área de dança no teatro, cantam e dançam nesse espaço. Estes dançarinos-cantores eram em geral homens jovens que estavam a ponto de entrar para o serviço militar após alguns anos de treinamento. Não eram, portanto profissionais do teatro e daí a importância do tragediógrafo também como ensaiador do coro, muito embora os atenienses desde crianças fossem ensinados a cantar e dançar. 
2) Corifeu: é um membro destacado do coro que pode cantar sozinho. Em geral tem 3 tipos de funções principais: 
a) exortar o coro à ação, a começar o canto;
b) antecipar, ou resumir, as palavras do coro;
c) representar o coro, dialogando com os atores. 
3) Atores: representam deuses ou heróis. São em número muito reduzido. Na verdade, pode-se dizer que o teatro surge quando Téspis cria a figura do ator e ele passa a dialogar com o coro. Seu número sobe para dois e em seguida três, mantendo-se nesse patamar, mas podemos observar que a estruturação dos diálogos nas tragédias tende a se concentrar em dois atores apenas, sendo raras as cenas que apresentam um verdadeiro diálogo a três. É no diálogo entre atores que se concentra quase a totalidade da ação dramática.
Os três atores tinham nomes que revelam uma relação hierárquica: 
protagonista: primeiro ator
deuteragonista: segundo ator
tritagonista: terceiro ator 
Estrutura Formal da Tragédia grega do ponto de vista da sua forma, quer na sua divisão em partes principais, que na ocorrência de cenas típicas, quer na sua estrutura métrica. 
 
I - As Partes Principais da Tragédia: 
1. Prólogo:
 É a primeira cena antes da entrada do coro ou antes da primeira intervenção do coro. Trata-se de uma narrativa preliminar que visava introduzir o tema. 
Tipos de Prólogo: 
- com apenas um ator, na forma de solilóquio ou monólogo: ex.: Agamêmnon, onde o solilóquio do vigia, que durante a noite espera o sinal da vitória em Tróia, nos antecipa tanto as circunstâncias da como o próprio clima ansioso e opressivo da tragédia.
- com mais de um ator: cena aberta com diálogo e ação. ex.: Prometeu Acorrentado, onde a peça abre pelo encadeamento de Prometeu por Hefesto, Poder e Violêcia e onde situa-se a peça espacialmente e nas suas circunstâncias. Também em Medéia ocorre esse tipo de prólogo com mais ação, no caso, através do diálogo entre a ama e o preceptor.
 2. Párodo 
Inicialmente era a entrada do coro cantando e dançando na orquestra, o espaço cênico em frente e abaixo do palco, como vimos. ex.: As Coéforas. Pode ser também a primeira ode do coro, pois este já estaria presente, em silêncio, desde o início da peça, mas é raro. ex.: As Eumênides 
Pode ser executado: 
- por todo o coro, o caso mais freqüente; ex.: Agamêmnon
- por dois semi-coros em sucessão; ex: Suplicantes de Eurípides,
- pelos membros individuais do coro em falas rápidas, ex.: Eumênides. 
Depois de sua entrada, o coro, em geral, fica presente durante toda a peça. São poucos os casos de saída de cena. Apenas nas Eumênides, Ájax, Helena, Alceste e Reso. O canto de retorno a orquestra é chamado epipárodo. 
3. Episódios ou Partes 
São cenas no palco, entre os cantos corais, sejam estásimos (ver abaixo) ou diálogos líricos, em que participa no mínimo um ator.
 Podiam variar muito de tamanho e importância. Além dos atores podem participar figurantes também. O figurante distingue-se do ator por não possuir falas.
 Podem ocorrer diálogos de tipo ator-corifeu ou ator-ator em que predominam as narrativas. Os solilóquios, diferentemente do teatro posterior, são pouco freqüentes, pois o coro em geral está sempre presente depois do párodo. Um exemplo de solilóquio durante um episódio encontramos no Ájax, de Sófocles.
4. Estásimos: 
Eram os cantos e danças do coro na "orquestra" que separam os episódios, marcando pausas na ação. Seu número é variável, de 2 a 5, em geral. A "dança" podia se restringir a uma gesticulação enfática e era de caráter grave e trágico.
 Êxodo
Inicialmente, como indica o seu nome, era simplesmente a saída do coro cantando e dançando ao final da peça, como por exemplo n´As Suplicantes e n´As Eumênides. Posteriormente, com a diminuição gradual do papel do coro, passou a ser a última cena depois do último estásimo e que termina o drama ex: Agamêmnon.
Esta diminuição do papel do coro no êxodo pode ser de 2 formas: em primeiro lugar podia terminar o drama em um "diálogo lírico" entre coro e atores (ex.: Persas), ou em alguns versos finais do corifeu.
Catástrofes: cenas de violência, em geral oculta dos olhos da platéia e narrada posteriormente por um ator, como Os Persas, que narra a destruição da expedição contra os gregos. Representa a reviravolta para pior no destino de uma personagem. Na peça Agamêmnon, por exemplo, o seu assassinato por Clitemnestra. Em Édipo, a cena final, onde o protagonista aparece em cena com os olhos perfurados e sangrando.
 Cenas patéticas: cenas de explicitação de sofrimento, dor, em cena. Por exemplo, as cenas em que Electra dá vazão a sua dor pela morte do pai e pela situação humilhante a que a obriga a própria mãe
PARTES
DIÁLOGOS
CENAS
PRÓLOGO
diálogo Édipo-sacerdote
diálogo Creonte-Édipo

PÁRODO
entrada do coro, constituído por anciãos

1º EPISÓDIO
diálogo Édipo-corifeu
diálogo Édipo-Tirésias
-> cena de enfrentamento
1º ESTÁSIMO
coro canta

2º EPISÓDIO
Diálogo Creonte-corifeu
diálogo Édipo-Creonte
diálogos Jocasta-Creonte-Édipo-corifeu
diálogo corifeu-Jocasta
diálogo Jocasta-Édipo
-> cena de enfrentamento

-> cena de reconhecimento (parcial)
2º ESTÁSIMO
coro canta

3º EPISÓDIO
diálogo mensageiro-Jocasta
diálogo Édipo-Jocasta-mensageiro

3º ESTÁSIMO
hipôrquema

4º EPISÓDIO
diálogo Édipo-corifeu-pastor
diálogo Édipo-pastor
diálogo mensageiro-pastor
-> cena de reconhecimento (total)
ÊXODO
diálogo criado-corifeu
suicídio de Jocasta e auto-flagelamento de Édipo
diálogo corifeu-Édipo
intervenção musical do coro

diálogo Édipo-Creonte
-> cena de catástrofe

No párodo da Médeia, podemos ver como em um diálogo lírico que
envolve o Coro, Medéia e a Ama, Eurípides combina a estrutura estrófica com o recitativo. 

Canto Coral na Medéia de Eurípides 
Párodo: 
1ª estrofe (A): 12 versos cantados pelo coro recitação de Medéia em 8 anapestos 
1ª antístrofe (A): 12 versos cantados pelo coro recitação da Ama em 8 anapestos 
Epodo (E): 9 versos cantados pelo coro
Já no primeiro estásimo temos uma estrutura antistrófica muito mais simples cantada pelo coro sem epodo:
1ª estrofe (A): 7 versos
1ª antístrofe (A): 7 versos
1ª estrofe (B): 7 versos

Os grandes poetas trágicos

Ésquilo "O Pai da Tragédia"
1. Um Dramaturgo nas Encruzilhadas
No ano de 525 a C.., Cambises invadiu o Egito e Ésquilo nasceu. 
Dez anos antes que Ésquilo, fizesse sua estréia como dramaturgo encenando, em 490, estava na planície de Maratona com o grupo de atenienses que repeliu as hostes do maior império do seu tempo. Aos trinta e cinco anos era herói nacional.
Dez anos mais tarde a população de Atenas foi obrigada a abandonar a cidade que foi completamente destruída pelo invasor.
A civilização helênica foi salva pela momentosa batalha naval de Salamina.
Ésquilo celebrou a vitória sobre os persas escrevendo, oito anos depois, Os Persas, escrito em 472 a. C. trata de um fato prático contemporâneo, e foi obviamente cunhada para despertar o fervor patriótico.
6. Tragédia Humana - Édipo e Agamemnon
Após estabelecer uma providência moral no universo, só restava a Ésquilo fazer com que a vontade desta prevalecesse entre os homens. Na primeira delas, uma tragédia de Édipo, Ésquilo recusou as explicações pré-fabricadas e foi além da convencional teoria grega da maldição familiar.
Nos Os Sete Contra Tebas deixa perfeitamente claro que a hereditariedade é pouco mais que uma predisposição. Os crimes cometidos pelos descendentes do corrupto Laio são resultado da ambição, rivalidade e insuficiente predomínio da lei moral durante a idade legendária.
Sófocles, O Sereno
1.O Dramaturgo Feliz
Nascido em 495 a C, trinta anos após seu predecessor, desfrutou das comodidades de filho de um rico mercador e das vantagens de um belo corpo. Sófocles foi o ídolo querido do povo de Atenas, pertencendo à longa linhagem de escritores que negam a teoria de que o gênio nunca pode ser reconhecido enquanto vivo.
Há dois tipos de sofrimento em suas tragédias – aquele que advém de um excesso de paixão e aquele que brota de um acidente. O mal produzido pelo homem é formado no molde fixo do caráter humano e o acidente decorre da natureza do universo. Embora Sófocles aceitasse oficialmente os deuses gregos, estes não afetavam sua filosofia. No mundo sofocliano o homem deve esforçar-se para introduzir ordem em seu próprio espírito.
6. Antígona e o Drama Social
Uma das mais grandes tragédias da literatura dramática é Antígona, escrita em 442, antes de qualquer dos textos de caracteres remanescentes. Sófocles dedica-se aqui a um conflito básico, as pretensões rivais do Estado e da consciência individual.
A Tragédia do Destino – Édipo
Édipo, o trineto de Cadmo, é hoje talvez o herói grego mais famoso depois de Hércules; ele é famoso por ter resolvido o enigma da Esfinge, mas ainda mais notório por sua relação incestuosa com sua mãe. Rei Édipo é uma tragédia da existência. E se é uma tragédia da existência, por que não se pode considerá-lo também uma tragédia da culpa? Culpa e existência mostram-se inseparáveis e, nos termos da irracionalidade de ser, o homem deve pagar por sua individualização. Ora, esta culpa de ser, Édipo a traduz muito bem. Na versão de Sófocles, funesta maldição pesa sobre o herói; o que a justifica? Na linguagem da consciência mítica, de onde Sófocles foi colher os elementos do drama, realmente nada. É o absolutamente gratuito. Simplesmente Édipo não deve nascer. Não há qualquer ato pessoal de desmedida ou impiedade que justifique a sua desdita; esta reside na sua existência mesma. Um oráculo de Apolo predissera a Laio, rei de Tebas, que, se tivesse um filho, ele seria o matador de seu pai e marido de sua própria mãe.
A mesma batalha com um tema importante e difícil distingue as duas grandes peças que colocam o problema do destino.Usualmente o acidental é considerado um artifício barato e fácil na literatura dramática. Mas não é barato nem fácil no Édipo Rei. O acidente ocorre antes do início da peça e amarra as circunstâncias num nó que só poderá ser desatado após prolongada batalha. Além disso, felizmente, Sófocles estava à altura da tarefa. Es não podia esperar resolver o enigma do destino, ao menos conseguiu uma das incontestáveis obras-primas do mundo. E é novamente seu soberbo Dom para a caracterização que enriquece a simples mecânica da dramaturgia com vida, agonia e plausibilidade.
A estória de Édipo nos convida a descer às profundezas da antropologia e psicanálise modernas que foram intuitivamente perscrutadas pelos poetas desde tempos imemoriais. Somos relembrados dos impulsos anárquicos e incestuosos que complicam a vida do homem e se exprimiram em tantos tabus primitivos e neuroses civilizadas. Como toda obra de arte superior, esta tragédia tem uma vida dupla: aquela que expressa e aquela que provoca.
Eurípides, O moderno
O homem barbado que vivia com seus livros numa caverna na ilha de Salamina era um estranho entre os homens de seu tempo. Dizia-se de Eurípides que passava dias inteiros sentado, a meditar, desprezava o lugar comum e era melancólico, reservado e insociável.
Nos cinqüenta anos de teatro, durante os quais escreveu noventa e duas peças, conquistou apenas cinco prêmios, sendo o quinto concedido após sua morte. Permanente alvo dos poetas cômicos, especialmente de Aristófanes, tornou-se objeto das mais desenfreadas calúnias e zombarias.
Julgado por impiedade deixou Atenas totalmente desacreditado. A corte macedônia do rei Arquelau  honrou-o. Mas, apenas uns dezoito meses depois, veio tragicamente a falecer. Eurípides é o exemplo clássico do artista incompreendido.
Sócrates colocava-o acima de todos os outros dramaturgos e jamais ia ao teatro senão quando Eurípides tinha uma de suas peças encenadas. Sófocles respeitava seu colega-dramaturgo, ainda que não aprovasse seu realismo.
Em 431, ano de Medéia, Atenas entrou em sua longa e desastrosa guerra com Esparta. Não era momento para um homem como Eurípides preocupar-se com problemas predominantemente pessoais.

Leitura

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

             A leitura tem importância fundamental na vida das pessoas. A necessidade de muita leitura está posto entre todos, haja vista, que propicia a obtenção de informações em relação a qualquer contexto e área do conhecimento, assim como, pode constituir-se em fonte de entretenimento. Para uns, atividade prazerosa, para outros, um desafio a conquistar. Urge compreender que a técnica da leitura garante um estudo eficiente, quando aplicada qualitativamente.
O que é ler? Qual a importância da leitura? Quais procedimentos práticos para uma leitura eficiente? Questões óbvias, que pela sua evidência pouco são problematizadas.
            Etimologicamente, ler deriva do latim “lego/legere”, que significa recolher, apanhar, escolher, captar com os olhos. Nesta reflexão, enfatizamos a leitura da palavra escrita. No entanto, entendemos, com Luckesi (2003, p. 119) que “[...] a leitura, para atender o seu pleno sentido e significado, deve, intencionalmente, referir-se à realidade. Caso contrário, ela será um processo mecânico de decodificação de símbolos”. Logo, todo o ser humano é capaz de ler e lê efetivamente. Destarte, tanto lê o conhecedor dos signos lingüísticos/gramaticais, quanto o camponês, “não letrado”, que, observando a natureza, prevê o sol ou a chuva.
            É mister, primeiramente, frisar que a leitura é muitíssimo importante, pois “[...] amplia e integra conhecimentos [...], abrindo cada vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação, disciplinando a mente e alargando a consciência [...]” (RUIZ, 2002, p. 35).
            Investigações atestam que o sucesso nas carreiras e atividades na atualidade, relacionam-se, estreitamente, com a hábito da leitura proveitosa, pois além de aprofundar estudos, possibilita a aquisição dos conhecimentos produzidos e sistematizados historicamente pela humanidade.
            O objetivo maior ao proceder à leitura de uma determinada obra consiste em “[...] aprender, entender e reter o que está lendo.” (MAGRO, 1979, p. 09). Por conseguinte, inquestionavelmente, a leitura é uma prática que requer aprendizagem para tal e, sem sombra de dúvida, uma atividade ainda pouco desenvolvida. Neste particular, Salomon (2004, p. 54) enfatiza que “a leitura não é simplesmente o ato de ler. É uma questão de hábito ou aprendizagem [...]”. Além do incentivo e à promoção de espaços permanentes de leitura é preciso criar o prazer para este ofício.
            O deleite advindo da leitura não se conquista num passe de mágica, espontaneamente. Requer opção, atitudes coerentes e pertinentes ao objetivo proposto. Dmitruk (2001, p. 41) afirma, convictamente, que “[...] não importa tanto o quanto se lê, mas como se lê. A leitura requer atenção, intenção, reflexão, espírito crítico, análise e síntese; o que possibilita desenvolver a capacidade de pensar.”
            Indubitavelmente, é preciso saber ler, ler muito e ler bem. Considerando apropriações de estudos realizados com o intuito em aperfeiçoar o hábito de leitura, elencamos alguns aspectos e/ou habilidades que julgamos pertinentes, nesta perspectiva:
1º - Ler com objetivo determinado, isto é ter uma finalidade. Saber por que se está lendo;
2° - Ler unidades de pensamento e não palavras por palavras. Relacionar ideias;
3º - Ajustar a velocidade (ritmo) da leitura ao assunto, tema e/ou texto que está lendo:
4º - Avaliar o que se está lendo, perguntando pelo sentido, identificando a ideia central e seus fundamentos;
5º - Aprimorar o vocabulário esclarecendo termos e palavras “novas”.
O dicionário é um recurso significativo. No entanto, palavras-chave, analisadas no contexto do próprio assunto em que são usadas, facilita a compreensão;
6º - Adotar habilidades para conhecer o livro, isto é, indagar pelo que trata determinada obra;
7º - Saber quando é conveniente ou não interromper uma leitura, bem como quando retomá-la;
8º - Discutir com colegas o que lê, centrando-se no valor objetivo do texto, visto que “o diálogo é a condição necessária para a indagação, para a intercomunicação, para a troca de saberes [...]” (ECCO, 2004, p. 80).
9º - Adquirir livros que são fundamentais (clássicos), zelando por uma biblioteca particular, assim como, frequentar espaços e ambientes que contenham acervo literário, por exemplo, bibliotecas;
10º - Ler assuntos vários. Não estar condicionado a ler sempre a mesma espécie de assunto;
11º - Ler muito e sempre que possível; 12º - Considerar a leitura como uma atividade de vida, não desenvolvendo resistências ao hábito de ler.
            As orientações supracitadas terão efeitos promissores, se observadas efetivamente, na prática, do contrário, não passam de mero palavreado. A leitura eficiente, depende de método. No entanto, incontestavelmente, o método está na dependência de quem o aplica. Não bastam somente boas intenções. São necessárias ações congruentes aos desígnios.
            É fundamental compreender que, na formação de cada cidadão bem como de um povo, a leitura é de máxima importância, representando um papel essencial, pois revela-se como uma das vias no processo de construção do conhecimento, como fonte de informação e formação cultural. Ademais, “ler é benéfico à saúde mental, pois é uma atividade Neuróbica. A atividade da leitura faz reforçar as conexões entre os neurônios. Para a mente, ainda não inventaram melhor exercício do que ler atentamente e refletir sobre o texto.
            O ato de ler é um exercício de indagação, de reflexão crítica, de entendimento, de captação de símbolos e sinais, de mensagens, de conteúdo, de informações... É um exercício de intercâmbio, uma vez que possibilita relações intelectuais e potencializa outras. Permite-nos a formação dos nossos próprios conceitos, explicações e entendimentos sobre realidades, elementos e/ou fenômenos com os quais defrontamo-nos.

LINGUÍSTICA

CONCEITOS E OBJETOS DA LINGUISTICA

            As definições e objetos da Lingüística à luz de estudiosos que pertencem a diferentes correntes lingüísticas:
              Ferdinand de Saussure, em seu Curso de Lingüística Geral, nos diz que:
              A matéria da Lingüística  está constituída em primeiro lugar por todas as manifestações da linguagem humana, e se trata de povos cultos e incultos, de nações civilizadas ou selvagens, de épocas arcaicas, clássicas ou em decadência, atentando em cada período não só a linguagem correta e bem falada, mas todas as formas de expressão.”

             A tarefa da Lingüística, ainda segundo Saussure, será:

a)      Fazer a descrição e a história de todas as línguas que possam alcançar, o que equivale a fazer a história das famílias de línguas e reconstruir na medida do possível as línguas mães de cada família;
b)      Buscar as forças que entram em jogo de maneira permanente e universal em todas as línguas, e deduzir as leis gerais a que podem reduzir todos os fenômenos particulares da história;
c)      Delimitar e definir ela mesma.

Leonard Bloomfield diz que:

   “ O objeto da Lingística é, dede logo, o falar humano. Outras atividades, como a escrita, que serve como substituta da fala, concerne à Lingüística somente um aspecto semiótico (semântico), como representações de fonemas ou de formas da fala” [...] “a Lingüística estudaria primeiro as formas e depois examinaria seus significados, posto que a linguagem consiste na resposta humana da multiplicidade e diversidade de mundo por meio de simples cadeias de uns poucos e típicos sons da fala.

   O lingüista francês André  Martinet, entende que:

 ”Lingüística é o estudo científico da linguagem humana. Um estudo se chama científico quando se funda sobre a observação dos casos e se abstém de propor uma seleção entre estes casos em nome de certos princípios estéticos ou morais. “Científico” se opõe a prescritivo. No caso da Lingüística é particularmente importante insistir sobre o caráter científico e não prescritivo de seu estudo” [...] “Todavia hoje, a maior parte das pessoas, incluindo a culta, ignora quase a existência de uma ciência da linguagem distinta da gramática tradicional, escolar.”

   Finalmente, John Lyons, lingüista inglês, considera que:

“ A Lingüística pode ser definida como o estudo científico da língua” [...] “ por estudo científico da língua se entende a investigação por meio de observações controladas e verificadas empiricamente e com referência a uma teoria geral de sua estrutura”.

A história da Lingüística – estuda a história de uma ciência, recuperando sua origem e seu desenvolvimento no tempo.

Franz Bopp, cujo livro sobre o sistema das conjugações indo-europeias da origem, em 1816, a uma nova era lingüística, é ainda movido pela idéia de vir a conseguir “observar a linguagem no seu surgimento e no seu desenvolvimento”. A diferença entre ele e os predecessores __ e é revolucionária __, é que ele procura remontar no sentido desta origem e desta evolução através de meios, em princípios, puramente lingüísticos, e não metafísicos. Com efeito, a descoberta do sânscrito conjuga-se com a vaga do comparativismo: pede-se então às ciências naturais os princípios e os métodos que acabam de assegurar os notáveis resultados de  Curvier  em Paleontologia comparada. É a idade da gramática comparada.

Durante meio século aplica-se então à linguagem, até à exaustão, o modelo biológico, ou seja, as línguas seriam organismos vivos que nascem, crescem e morrem. Como todos os organismos vivos conheceriam um tempo de perfeição breve, no fim da adolescência: antes da escrita. Ao começarem a ser escritas, estarão fadadas à senilidade. Meillet também isso observou bem: Bopp encontrou a gramática comparada procurando a origem das línguas indo-europeias, como Cristóvão Colombo a América na procura do caminho da Índia.

Lingüística Histórica – estuda as mudanças que ocorrem nas línguas à medida que o tempo passa. A gramática comparada para estabelecer um parentesco, não tomava em conta a idade histórica dos estados das línguas correlacionadas: comparava-se o sânscrito do primeiro milênio, o grego do século VIII, o latim do século V (antes da nossa era) com o gótico do século IV, o eslavo do século IX e o persa do século XVI ou XVIII (da nossa era). Todavia, para a gramática comparada das línguas germânicas, por exemplo, elaborada por Grimm, dispunha-se de textos escalonados do século IV ao século XIX, para a gramática das línguas as românicas elaboradas por Diez, os textos estendiam-se por dois milênios e meio. A comparação tornava assim mais fácil a demonstração dos parentescos; mas, por outro lado, a cadeia ininterrupta dos textos incitava a deslocar o centro de interesse das investigações para lá dos parentescos estabelecidos, e a estudar as leis que determinavam a passagem de um dado  estado de língua ao estado seguinte. A gramática comparada tornava-se realmente estudo da evolução contínua das línguas, ou lingüística histórica.

Esta transformação realiza-se nos anos de 1876__1886,com a escola dos neogramáticos. A fonética é então rainha: é ela que explica a quase totalidade das transformações lingüísticas. Quanto ao resto, recorre-se à ciência que sobe ao céu do conhecimento, ou seja, à psicologia. Mas, é a história, a ciência piloto do pensamento do século, que se conserva no centro da teoria lingüística. Destroem-se as metáforas naturais do período anterior. A língua não é um organismo biológico, é uma instituição humana. A lingística não pertence às ciências naturais, mas “como os outros produtos da civilização humana [...] é uma ciência histórica”. É essa a primeira frase do grande tratado de lingüística de Hermann Paul de 1880.

Finalmente apareceu Saussure, trinta anos mais tarde, é a meditação renovada sobre a linguagem como instituição social, que vai caracterizar a transformação saussuriana. Saber em que medida a investigação de Saussure (1857 – 1913) foi influenciada pela sociologia de Durkheim. Saussure estabeleceu que a primeira etapa de uma ciência da linguagem deverá ser o estudo do funcionamento desta, e não o da sua evolução. E que a lingüística histórica, cuja legitimidade não contesta, deve ser metodologicamente secundária em relação a uma lingüística descritiva mais fundamental. Em 1922, dirá  Jespersen que “para a ciência pura da linguagem começar pelo sânscrito (alusão à lingüística histórica) seria começar pela porta errada, como seria errado começar o estudo da zoologia pela paleontologia”. É a célebre oposição entre a linguística sincrônica e a linguística diacrônica.

A preocupação em compreender o puro funcionamento da linguagem como instituição social, aqui e no momento presente, leva Saussure a insistir na noção de sistema. A palavra é muito antiga em lingüística, data pelo menos do século XVIII, mas Saussure dá-lhe um rigor que faz dela já quase um sinônimo de código. Com efeito, para compreender o funcionamento do sistema, Saussure volta ao velho problema da natureza do signo, abandonado pelo XIX. O signo deixa de ser para ele sinônimo de palavra, e a noção ezuma experiência empírica bi-milenar, são postos de novo em causa fundamentalmente, para saber como isso funciona. O termo mais importante de Saussure, neste domínio, é unidade: ele procura as unidades reais porque é constituída a cadeia fônica, sem a priori __ o que nos leva à noção de codificação. Apesar de ele não gostar da palavra estrutura, são na verdade análises estruturais as que nos propõe para estudar as unidades do código que constroem as mensagens.

A última grande etapa da história da lingüística é o nascimento da fonologia, em 1926-1928, obra essencialmente de Trubestzkoy (1890-1938) que desenvolve a análise da cadeia fônica nas suas últimas unidades reais, no plano fônico. O conceito de fonema surge definido como o sinal lingüístico invariante que permite identificar como uma mesma unidade os i acusticamente tão diferentes de uma criança, de um homem e de uma mulher, de um jovem e de um velho, de um baixo e de um alto. Trubestzkoy demonstra, por fim, como é que estas unidades funcionam como sinais: O som r , em francês, pode ser realizado com uma vibração, quer da ponta da língua, quer da úvula, ou por meio de uma fricção do ar contra o véu palatino. Todavia não constituem três fonemas franceses diferentes (ao contrário do que acontece em árabe com estas articulações) porque rire, pronunciado destas três maneiras não remete a três significantes diferentes portadores de três significados diferentes, mas ao mesmo. E o fonema francês único /r/ opõe-se a todos os outros fonemas franceses possíveis aqui, quer como vibração distinta de todas as oclusões ou fricções constitutivas dos outros fonemas consonânticos franceses, quer como fricção distinta de todas as outras fricções francesas pelo ponto de articulação, o véu palatino. É com base nestes caracteres funcionais das unidades na comunicação que se identificam, se definem e se classificam os fonemas de uma língua.

Trubetzkoy procede expressamente de Saussure, mas sem dúvida alguma, deve muito, também, às suas primitivas preocupações de etnólogo, absorto por problemas de linguística descritiva, e não histórica. Na mesma época, aliás, num quadro em que a experiência etnográfica é tão pesada, Sapir (1922) e depois Bloomfield (1933) chegam na Ámerica  à mesma noção de fonemas.

 Após 1945, as Ciências Sociais __ a Etnologia, a Sociologia, a Psiquiatria, a própria Filosofia __ descobrem essa lingüística funcional e estrutural. Subtraem-lhe, talvez demasiado cedo, instituições ou procedimentos, princípios ou analogias.

Relação da Linguística com as outras Ciênciais:

Sociolinguística_____Psicolinguística____Geolinguística____etnolinguística__













                                                                                                          

      Sociologia              Psicologia                Geografia                  Etnografia

Linguística Pedagógica____Literolinguística____Neurolinguística
                                                                                   
                                                                                   
Pedagogia                               Literatura               Neurologia

Linguística Matemática



            
 Matemática

A Linguística descritiva, a partir de Saussure e Bloomfield, passou a utilizar o método indutivo: trata-se de reunir um corpus selecionado segundo certos pré-requisitos, em trabalho de campo, se efetua a segmentação e classificação dos dados.

A Gramática que considera este método se denomina taxonômica, em contraposição as outras  que utilizam o método hipotético dedutivo.

Além do método indutivo, se propõe ainda muitos manuais clássicos de lingüística, o método dedutivo foi ganhando espaço com o desenvolvimento da gramática gerativa.

A Idade da Linguística __ a lingüística terá nascido por volta do século V. a.C., ou em 1816 com Bopp, ou 1916 com Saussure, ou 1926 com Trubeztkoy, ou em 1956 com Chomsky. Trata-se de um saber muito antigo e de uma ciência muito jovem. Há mais de dois milênios e meio, pelo menos, que os homens realizam uma reflexão sobre a linguagem.

Os Hindus, os Gregos, depois os Árabes, sobretudo os primeiros, lançaram as bases de uma análise fonética notável , que foi descuidada durante mil anos. A análise da palavra por parte dos hindus, a classificação dos elementos da proposição por parte dos gregos eram igualmente e já nessa altura as análises estruturais também aconteciam. Antes deles, porém, a própria invenção da escrita testemunha o caminho dos homens no sentido da análise cada vez mais aprofundada das estruturas da linguagem. Para chegar a escrita alfabética, foi preciso ter tomado consciência, por mais empírica que fosse da existência das unidades mínimas que as letras materializam, e que hoje se chamam fonemas.Tinha razão Meillet “Os homens que inventaram e aperfeiçoaram a escrita foram grandes lingüistas , e foram eles que criaram a linguistíca”.

A idade média também não dormiu. Enquanto os puros gramáticos transmitem rearranjos latinos de gramáticos gregos, continuam a criar-se alfabetos (o gótico, o cirílico, etc). Em toda parte, na Islândia, na Inglaterra, França, Espanha, Itália, começa o grande movimento das reformas da ortografia que vai estimular até ao século XVIII o estudo da fonética, ativado então pela invenção da imprensa. Tem –se a ousadia no século XIV dessa coisa quase sacrílega que foi escrever as gramáticas das línguas vulgares – honra insigne reservada por um culto milenário ao latim. No século XVI viajantes e missionários fornecem já descrições de línguas ameríndias. São também dessa altura os dicionários poliglotas (Ambroise Calepin) e as primeiras classificações de línguas (Scaliger).

Longe das gramáticas gerais e fundamentais que muitas vezes ocupam o maior  lugar nas histórias, o século XVII e o século XIII prosseguem em todas as direções: a fonética progride ao mesmo tempo que a anatomia, apaixona os inventores de estenografia e linguas artificiais , os educadores de surdos mudos.Colecionam –se amostras e descrevem se centenas de línguas.Estuda-se o russo, copta, chinês. Mas a perspectiva histórica na consideração das línguas, apesar de alguns precursores, permanece obscura por um problema insolúvel – o da origem da linguagem – ao qual são aplicadas hipóteses falsas: o hebreu como língua-mãe, ou os a priori da psicologia da época sobre o que se deve ter passado para que os homens comecem a falar.

Em relação a esta longa e desordenada reflexão, a grande revolução é a descoberta do sânscrito entre 1788 e 1816. O contato entre a Europa e  India faz surgir com uma espantosa evidência o parentesco com o latim, do grego, do sânscrito, das línguas germânicas, eslavas e célticas.Assim se acha desvanecido o encantamento das línguas-mãe de origem teológica ou filosófica. Oferece-se um ponto de apoio novo a reflexão sobre as línguas, que tem ainda a parte, como objetivo, resolver um mesmo problema: o da origem da linguagem.

Origem e evolução da Língua Portuguesa – originou-se da língua latina, falada pelos romanos na  Península Ibérica, que atualmente compreende Portugal e Espanha.

No século III a.C os romanos invadem a Península , anexando o Império Romano a região dominada. Esse povo da Península se viu obrigado a aprender o latim falado pelos invasores, devido a convivência constante, embora em várias regiões essa nova língua era apenas falada e utilizada pelo povão, sem elegância, sem formalidade , era o chamado “latim vulgar”, diferente do latim clássico , que era falado e escrito.

No século V a.C os povos bárbaros, de origem germânica invadem a Península, conquistado-a , ocorre o esfacelamento do Império Romano e os falares (os diversos dialetos) são cada vez mais acentuados, pouco a pouco a língua latina vai deixando de ser ensinada nas escolas, transformando-se em uma mistura entre o latim vulgar  os dialetos ibéricos , transformando-se em romano ou romance.

No  século VIII, há nova invasão na Península, os árabes conquistam a região, esse domínio contribuiu pra aumentar as diferenças entre vários romanos, surgindo as línguas românicas, ou neolatinas: galego-portugûes, castelhano,catalão, francês, provençal, iatliano, sardo,romeno.  O galego-português , ainda não é propriamente uma língua, estava limitada a faixa ocidental da península e com o tempo, acentuam-se as diferenças entre o galego e  o português.Mais ou menos apartir do Sec XIV é que cada uma passa a ser independente e o Português oficializa-se como idioma, com a independência política de Portugal, na guerra para expulsar os árabes. D.Afonso VI, rei de Castela casa sua filha D. Tareja cm D. Henrique de Borgonha, era francês, recebeu como presente o território da parte ocidental da Ibéria, chamado d Condado Portucalense. Com a morte do nobre francês e sucessivos conflitos, seu filho D. Afonso Henrique, transforma esse condado em monarquia independente e institui o Português como idioma oficial do novo reino d Portugal, embora Portugal já existisse como nação desde o Sec XI.Só no Séc XII é que surgem os primeiros textos escritos em Português.

Exemplos de alguns vocábulos pós – latinos:
Germânicos: Guerra, Marechal, Roupa
Árabes: açougue, arroz, xarope
Provençais; alegre, trovador, menestrel
Franceses: abajur, apartamento, toalete
Espanhois: bolero, neblina, pastilha
Italianos: aquarela, bandolim, macarrão
Ingleses: basquete , bife,sanduíche
Indígenas: arara, jabuticaba ,mandioca
Africanos: camundongo, mandinga, cachaça

Na sala de aula


AS MARCAS DA ORALIDADE
Em que críticas o autor constrói este dizer? Construa sua resposta abordando a prática da escrita em sala de aula, a artificialidade da linguagem no momento da prova, a criatividade que deve ser avaliada na escrita e o papel do professor.

“Normalmente, nos exercícios  e nas provas de redação, a linguagem deixa de cumprir qualquer função real, construindo-se uma situação artificial, na qual o estudante, à revelia de sua vontade,  é obrigado a escrever sobre um assunto em que não havia pensado antes, no momento em que não se propôs e, acima de tudo, tendo que demonstrar (essa é a prova) que sabe. E sabe o que? Escrever. E bem. Além disso, que esteja claro que ele está sendo julgado, testado e, às vezes, até mesmo competindo!” (GERALDI, 2004)

NA SALA DE AULA

Em sala de aula, os alunos devem ter acesso a uma aprendizagem de valor. Digo, pois, “valor”, o que o professor compartilha nela. Muitos profissionais da educação, hoje, caem em armadilhas que enganam a classe discente em uma breve explicação de um conteúdo; “passar o olho” em assuntos  que, muitas vezes, é importante; num exercício sem clareza e direção; a um texto incomum ou mesmo o uso de palavras arcaicas com más interpretações, etc.  
Estes aspectos podem, sim, ser trocados por métodos inovadores e específicos, como: atividades extra-classe; músicas; teatros; palestras; e, principalmente, o uso das tecnologias educacionais, ou seja, tipos e gêneros textuais em que o aluno, através deles, desenvolva sua capacidade criadora.
Assim, neste caminho tudo fica mais fácil diante de uma redação, ou até mesmo, na hora da prova. Contudo, abandona-se àquela artificialidade no aprendizado dando lugar a uma linguagem espontânea e coerente. Com isso, o professor, tendo usado tais estratégias se vê perante alunos capacitados para enfrentar os desafios da vida de estudante.
Dessa forma, o papel do professor se faz necessário no desenvolvimento do aluno. Na orientação de uma atividade, na leitura de um texto e, acima de tudo, na questão de formação de um cidadão num mundo aonde há, apenas, breves explicações e textos mal interpretados.
 Por Francisco Eriberto

Técnicas de leitura rápida

Técnicas de leitura rápida
"Um bom leitor não lê palavra a palavra, agrupa as palavras".

Esta é uma das primeiras pistas sugeridas por Maurice Guidici no manual 'Treino para uma leitura rápida e eficaz'. Ler com mais velocidade resulta melhor que ler lentamente.

Por trás desta teoria está a ideia que o "leitor rápido" é capaz de abranger mais palavras de uma vez, capta a informação de um texto de forma global, conseguindo desta forma ler ideias, não palavras, levando-o a uma compreensão mais eficaz daquilo que leu.

Ao contrário, o "leitor lento", ao ler as palavras uma a uma, esforça-se mais para enlaçar os significados e atingir, assim, uma ideia genérica do conteúdo da leitura.

Como afirma Maria Teresa Bofarull no seu livro Compreensão da leitura: o uso da língua como procedimento, "a velocidade de leitura não é adequada quando a sua lentidão faz com que se perca a lembrança das palavras que se acabam de ler, o que torna difícil dar sentido às frases e estabelecer relações entre elas".
A velocidade de leitura de cada um deve adaptar-se sempre ao tipo de texto e à finalidade da leitura
É claro que, quando se fala de leitura rápida, esta deve estar ligada à leitura compreensiva. Não serve de nada ser capaz de ler um texto depressa se depois não somos capazes de explicar o que lemos.

Por isso, a velocidade de leitura de cada um deve adaptar-se sempre ao tipo de texto e à finalidade da leitura. Isto é, não é o mesmo ler um texto complexo de um manual, que deve ser estudado para um exame, ou ler um simples artigo de uma revista para passar o tempo.

Técnicas de velocidade
A leitura continuada permite ampliar de forma significativa o vocabulário, imprescindível para que a velocidade de leitura seja maior
Para conseguir atingir uma adequada velocidade de leitura é preciso partir de umas premissas básicas.

Em primeiro lugar, o mais importante é ler e ler. Quanto mais e mais variado melhor. Só deste modo, com a prática, se obtém um bom hábito que permita ler de forma rápida e eficaz.

Além disso, a leitura continuada permite ampliar de maneira significativa o vocabulário, imprescindível para que a velocidade de leitura seja maior.

Por outro lado, a concentração desempenha um papel fundamental no ritmo da leitura, por isso, é preciso tentar ler sempre num ambiente sem distracções para que o leitor possa concentrar-se facilmente.

Além destas premissas, há também uma série de técnicas para aumentar a velocidade de leitura que foram experimentadas em muitas ocasiões e cuja efectividade se comprovou:

Técnica das três paginas: esta é uma das técnicas mais eficazes para aumentar a rapidez de leitura. Para levá-la a cabo, o que deve fazer-se é seleccionar primeiro três páginas consecutivas de um livro.

A primeira lê-se ao ritmo habitual de leitura; a segunda é preciso tentar lê-la à maior velocidade possível, mesmo que não se compreenda nada e a terceira e última página lê-se também o mais rápido possível mas, desta vez, tentando compreender tudo.

Com a repetição desta técnica, o leitor pode comprovar como aumenta cada vez mais a sua velocidade de leitura.

Técnica do postal: este simples sistema requer apenas um texto e um simples papel ou postal. A técnica consiste em colocar o papel ou postal debaixo da primeira linha do texto e ir baixando linha a linha à medida que se avança na leitura até finalizar a página, tentando aumentar a velocidade de leitura enquanto se progride no texto.

Este método está concebido como forma de ampliar o campo visual, podendo captar de uma só vez todas as palavras de cada linha.

Skimming: literalmente esta técnica traduz-se por "desnatar", isto é, remover o que está à superfície. Aplicada à leitura significa prescindir daquelas palavras que não são necessárias para compreender um texto.

Com este método o leitor deve tentar, através de uma leitura rápida, captar as ideias fundamentais de um texto passando a vista por todas as palavras, mas interiorizando apenas as que afectam o significado e desprezando outras "inúteis", como artigos ou advérbios que existem no texto como recursos ornamentais.

Erros de leitura

Vocaliza enquanto lê?, segue as linhas com o dedo? Estes hábitos, e outros que se costumam utilizar de forma sistemática, entorpecem de maneira significativa a velocidade de leitura de um texto.

A seguir, detalhamos alguns dos erros mais frequentes que se cometem enquanto se lê. Foram recolhidos por Juan Carlos Garelli em 'Método de leitura veloz' e Richadeau no seu 'Método de leitura rápida'. Evitá-los é o primeiro passo para conseguir uma leitura eficaz.

Vocalizar:
a mente funciona mais depressa que a boca. Portanto, se vocalizamos as palavras ao mesmo tempo que lemos, atrasamos a velocidade de leitura. Se não se for capaz de evitar esta má prática, aqui fica uma recomendação drástica: introduzir um lápis ou uma caneta entre os lábios para impedir a vocalização.

Subvocalizar:
em algumas ocasiões, ainda que sem movimentar os lábios, repetem-se mentalmente as palavras que se lêem, provocando desta forma o mesmo atraso da vocalização. Tentar captar as ideias, não as palavras, pode ser um bom método para erradicar este hábito, da mesma forma que aumentar de maneira forçada a velocidade de leitura.

Regressões:
voltar uma e outra vez ao texto lido desacelera a leitura de forma significativa. É importante evitar as regressões limitando-as ao estritamente necessário, quando não se tenha compreendido a totalidade de um parágrafo.

Movimento:
os movimentos da cabeça e do corpo podem provocar a perda do texto e a quebra do ritmo de leitura. O desejável é apenas o movimento ocular sobre o texto.

Guiar-se com o dedo:
utilizar um dedo ou um lápis para guiar ou direccionar a leitura constitui um hábito de apoio que, apesar de poder ser eficaz numa fase inicial para se adquirir um hábito de leitura rápida, pode reduzi-la se se abusa dele.

Marta Vásquez-Reina
Por Francisco Eriberto

Filosofia

O QUE É MORAL?

De acordo com Chauí (2000), moral é o conjunto de normas, prescrições e valores que regulamentam o comportamento dos indivíduos na sociedade. Este pensamento, nos leva a crer que estamos diante de nós mesmos, seja numa decisão correta ou não. As pessoas estão focadas em seus afazeres, necessidades e vontades que lhes impõem inconscientemente querer saber se àquilo é certo ou errado. Vivem no propósito de que a vida é pra ser desfrutada, sim, de todas as maneiras, em todas as situações. Além disso, convivem com atitudes e caracteres diferentes, e, ‘o que é bom pra mim pode ser ruim pra você’ ou vice e versa. Apesar de os benefícios serem, talvez, diferentes também, pois cada pessoa é distinta uma da outra, ou seja, reflexões e morais distintos onde cada um tem seu espaço; sua vontade.

Com isso, essa sociedade está basicamente concentrada em diversas escolhas.  Em seguida, dominada pelo medo;  pela consciência, ou pelo simples fato de dizer: - Sou o dono do meu nariz, faço o que quero! Assim, percebe-se o grau da dependência de si mesma em  mostrar que o segredo da realidade está no desenvolvimento das ações e das escolhas que foram  feitas. Em conseqüências, às vezes, boas; noutras vezes, más. De certo, que o homem é colocado num ambiente aonde ele pode explorar; marcar território; lutar pela sobrevivência, e acima de tudo, viver independentemente dos outros. Mas, numa mentalidade não egoísta, e sim, racional onde ele, o ser social, ‘o homem’, vive com os outros e não pelos outros.

Dessa forma, as pessoas são condicionadas, inseridas, caracterizadas e, principalmente, domesticadas no ambiente em que vivem, nos compromissos e necessidades que as importam. E assim, fazendo da  reflexão a ética e da ação a moral o compartilhamento dos atos com indivíduos que as cercam.
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