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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sorriso

“Você tem um elasticozinho?” Essa frase, dita pelo alto-falante de um shopping em Baltimore, nos EUA, foi o suficiente para fazer sorrir um freqüentador. Esse é um dos mais de 2 mil sorrisos espontâneos gravados pelo psicólogo Robert R. Provine, da Universidade de Maryland, nos EUA, durante um estudo feito ao longo de dez anos. Os resultados estão no livro Laughter: a Scientific Investigation (Risada: uma investigação científica, ainda sem tradução no Brasil).


Provine acredita que a risada começou com os nossos ancestrais pré-humanos, como uma resposta fisiológica às cócegas. Os macacos modernos mantêm  essa risada quando, durante as brincadeiras, um acaba atingindo um ponto suscetível a cócegas do outro. Na medida em que o nosso cérebro foi crescendo, o sorriso adquiriu uma poderosa função social: juntar as pessoas. Robin Dunbar, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, constatou que sorrir aumenta o índice de endorfinas, o nosso opiáceo natural, o que, segundo ele, reforça as relações sociais.


E onde o humor se encaixa? Ele pode estar representando mais do que um único papel, segundo Thomas Flamson, da Universidade da Califórnia. Ele suspeita que comentários que induzem ao riso – como a pergunta sobre o elasticozinho – não pareçam piada para pesquisadores sérios, mas eles podem ser divertidos para determinadas pessoas.


E esse tipo de “piada interna” aumenta a capacidade de o sorriso estimular a camaradagem. Os levantamentos de Provine mostraram que, na média, os homens são mais engraçados que as mulheres. Na sua análise de anúncios pessoais, viu as moças exigindo humor dos interessados, que se diziam perfeitos “humoristas”. Isso sugere que a habilidade de fazer outras pessoas rirem evoluiu, pelo menos em parte, por meio da seleção sexual.
 
Revista Galileu

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