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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Lira Romantiquinha

Lira Romantiquinha
Carlos Drummond de Andrade
Por que me trancas
o rosto e o riso
e assim me arrancas
do paraíso?
 
Por que não queres,
deixando o alarme
(ai, Deus: mulheres!),
acarinhar-me?
 
Por que cultivas
as sem perfume
e agressivas,
flores do ciúme?
 
Acaso ignoras
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?
 
Visto que em suma
é todo teu,
de mais nenhuma,
o peito meu?
 
Anjo sem fé
nas minhas juras,
porque é que é
que me angusturas?
 
Minh'alma chove
frio, tristinho.
Não te comove
este versinho?

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